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As mudanças do Mercado Pets no Brasil e nos EUA devido à pandemia.

As mudanças do Mercado Pets no Brasil e nos EUA devido à pandemia.

Por Luiz Luccas

Co-Founder do V2PET

 

O Mercado Pets é considerado o como um dos mais promissores e resistentes à crise em todo mundo. Desde 2014, ano em que começou a nossa maior recessão, o mercado Pets do Brasil cresceu 70%, 30% acima da inflação no período (dados do V2Pet) enquanto o resto do varejo ainda amarga uma queda de 5% descontada a inflação (dados do IBGE).

Nos EUA, em franca recuperação depois da recessão de 2008, o mercado pets cresceu 60% desde 2014 (dados da APPA).

 

Como os dois mercados estão se comportando no meio de dessa pandemia?

No Brasil, pesquisa da Nürnberg-Messe, empresa que realiza a maior feira do setor, a Pet South América, mostrou um quadro de altos e baixos muito forte até maio no Mercado Pets.

Segundo essa pesquisa, 21% dos Pet Shops reportaram aumento de vendas no período enquanto 79% declararam que as vendas baixaram, o maior grupo indicando uma queda entre 1 e 20%.

Nos EUA, dados da Nielsen até a terceira semana de março mostraram um aumento das vendas dos pet shops de 27% nos Pet Shops e de impressionantes 77% por internet. Durante esse período, os americanos estavam se estocando para entrar em quarentena.

Assim que a quarentena começou para valer por lá, as vendas dos pet shops despencaram 40%. Devemos lembrar que lá, grande parte dos pet shops fecharam as portas ou reduziram enormemente o fluxo de clientes durante a quarentena, enquanto no Brasil apenas 14% dos Pet Shops fecharam em maio segundo a pesquisa.

Esse processo de estoque aconteceu com os consumidores brasileiros também, principalmente nas grandes cidades do Sudeste no final de março. A pesquisa da Nürnberg-Messe, realizada em maio, só captou a queda das vendas que aconteceu depois.

 

Quais são os setores dos Pet Shops mais afetados pela pandemia?

No Brasil, o setor de alimentos para Pets teve um aumento de 21%. A mesma coisa aconteceu nos EUA, onde as vendas de embalagens grandes de pet food chegaram a crescer 77%.

Um fato curioso e bem explicável, foi o forte aumento das vendas de petiscos tanto no Brasil (17%) como nos EUA (mais de 40%). As pessoas em quarentena provavelmente quiseram agradar seus pets e os petiscos são essenciais para isso. Esse hábito provavelmente vai perdurar. Por isso é importante aumentar seus estoques e sortimento desses itens, para aproveitar essa tendência.

No Brasil, acessórios e medicamentos aumentaram as vendas em 14% segundo os donos de pet shop entrevistados. Ao que parece, os antipulgas tiveram um crescimento ainda maior. As pessoas que ficaram mais próximas aos seus pets começaram a tratá-los melhor, hábito que também deve perdurar pós pandemia.

 

 

Quais outras mudanças de longo prazo podemos esperar?

Tanto nos EUA como no Brasil aparentemente houve um aumento na adoção de Pets durante a pandemia. Vários abrigos daqui e de lá estão reportando um forte aumento na procura de animais para adoção. As pessoas provavelmente estão procurando nos Pets companhia e conforto nesses momentos angustiantes.

Isso é sem dúvida, uma das melhores notícias dessa pandemia, tanto para bem-estar dos animais e dos tutores como para o nosso mercado.

Outra mudança fundamental está na forma de vender.  O e-commerce no mercado pets está se acelerando ainda mais rápido. No Brasil quase 5% do mercado já migrou para a internet, enquanto nos EUA o e-commerce vai superar os 25% esse ano. No Brasil a velocidade de crescimento é menor devido às dificuldades logísticas tributárias, mas tende a acelerar.

O e-commerce no mercado pets também avança mais rápido pelo lado dos fornecedores, da reposição de estoques do varejo. Muitos fabricantes e distribuidores estão descobrindo nessa pandemia que podem atender até melhor seus clientes usando canais digitais.

Não temos dúvida que o segmento pets vai muito melhor dessa crise, como foi de todas as outras que passou.