Ações práticas para gestão de pet shops
Por Sergio Lobato
Encontro muitos veterinários e donos de pet shops pelos cursos e workshops que dou pelo país e eles sempre comentam comigo sobre os mais diversos problemas encontrados dentro de seus estabelecimentos, sobre as dificuldades que o setor encontra e sobre os desafios que é ser empreendedor e empresário no Brasil dos impostos; mas um ponto em comum é citado seja pelo colega do sul do Brasil ou seja pelo lojista do centro-oeste: a questão da gestão de seus pet shops.
Eles simplesmente não sabem definir de forma clara a gestão de seus pet shops, quem são as pessoas delegadas para determinadas tarefas e como é feito essa delegação e o posterior controle das ações que foram delegadas.
É muito complicado questionar a rotina de gestão de pet shops quando não sabemos ao certo o que devemos fazer, como fazer e em que frequência deve ser feito todo e qualquer ato dentro de nossos pet shops não é mesmo?
Pois rotina é método... é repetição.... é padronização ... é saber onde ir e o que fazer...na hora certa!
Mas como pensar em método se eu não visualizei, planejei ou planifiquei o que deve ser feito dentro de meu pet shop?
Para começar a arrumar a gestão do pet shop eu tenho sugerido aos meus alunos a criação de um Memorial Descritivo de Tarefas (MDT) que deve ser considerado a partir daquele momento como uma ferramenta prática muito importante dentro da empresa.
Essa ferramenta é capaz de reduzir os problemas operacionais, problemas de relacionamento dentro da equipe de trabalho e problemas estratégicos dentro do bom funcionamento da empresa.
O MDT é a definição, por escrito, da área de atuação com as referidas atividades descritas detalhadamente e que deve ser usada no momento de contratação dos funcionários até durante o processo de treinamento e posteriormente no dia a dia de gestão do pet shop.
É como se deixássemos bem claras as regras do jogo e perguntássemos:
“Está disposto a jogar e seguir as regras ou prefere deixar o time?”
Com as regras definidas é ainda mais fácil adequar os possíveis candidatos em uma seleção pois as habilidades e competências estarão claramente definidas e assim o “encaixe, adaptação, escolha” poderão ser feitas, reduzindo os riscos de uma contratação equivocada.
Estabelecer diversos MDT’s no seu pet shop é o passo básico para o treinamento efetivo de seus funcionários que passam a ter nas mãos um roteiro a ser seguido etapa por etapa, norteando e regulando as suas ações e atividades dentro da empresa; servindo ainda como um controle por parte dos gestores que podem cobrar, de forma clara e fundamentada, o cumprimento das etapas que estão definidas no texto do MDT.
Defina MDT’s por setor: loja, banho e tosa, veterinária, limpeza, estoque, canil etc.
Por outro lado, é importante deixar claro que o MDT deve ser usado também como peça chave no processo de treinamento contínuo de sua equipe pet e não apenas como controle, pois o acompanhamento das etapas ali descritas sempre deve ser feito com uma supervisão baseada na orientação e educação dos funcionários, mesmo os mais antigos.
Sugiro que o MDT seja escrito de forma simples e objetiva pois ele será usado pelos funcionários que precisam cumprir o que está ali determinado, mesmo que um supervisor ou gerente não esteja presente ( ou mesmo o Responsável Técnico que tem a função de orientar os funcionários e também fará muito uso do MDT) e ele tenha que cumprir as suas tarefas.
O MDT precisa ser passar a ser visto como parte da estrutura operacional e administrativa dos estabelecimentos pet, sejam eles clínicas veterinárias, petshops, agropecuárias ou centros de estética, pois ele é a essência do método e da organização que são condições imprescindíveis para correta gestão de pet shops que precisam competir no cenário atual.
Sergio Lobato
Médico Veterinário
Consultor e Palestrante em Gestão da Inovação em Medicina Veterinária